Sunday, February 13, 2011

Egipto: Novo Império, XVIII Dinastia (1550-1292)

De volta à escrita ! A XVIII Dinastia é talvez a mais conhecida do mundo contemporâneo, fruto do conhecimento dos faraós Akhenaton e Tutankhamon. A Dinasia reinou em Tebas e tem os seus faraós sepultados no KV (Kings Valley). Começou com Ahmose após a morte do seu irmão. Ahmose acabou de expulsar os Hicsos, restableceu a ordem, o comércio, a extração de minério e recomeçou projectos de construção. Morreu em 1525 e deixou o Egipto reunificado. Sucedeu-lhe Amenhotep I (Amon está satisfeito), que continuou projectos como o do templo de Karkak e foi o primeiro faraó a construir um templo mortuário independente da tumba. Em 1503, Tutmosis I seguiu-se-lhe. Expandiu as fronteiras para o Levante e para a Núbia, onde efectuou expedições e controlou rebeliões. Continuou a construção em Karnak, e também em Abydos, Edfu, Memhpis, etc. Morreu em 1493. O filho Tutmosis II reinou a seguir por pouco tempo, e deixou o reino à mulher, Hatsheput, que se tornou raínha ca. 1479 até 1458, e se tornou uma das mais famosas raínhas do Egipto. A rainha promoveu expedições de descoberta ao Ponto, acções militares, enorme reestruturação do Estado, fortalecimento da economia e do Estado, e um heroico esforço de construção.
Foi co-regente com o seu filho adoptivo, Tutmosis III, durante 22 anos, que foi durante o seu reinado chefe do exercito, e mais tarde tentou ofuscar a madrasta e remover a sua figura das várias evidencias que a mostravam como a figura predominante da época. Tutmosis III foi de facto um grande génio militar, chamado Napoleão do Egipto, fez 23 raids militares, foi o primeiro faraó a atravessar o Eufrates. Tutmosis é especialmente importante para mim porque foi ele a travar a primeira batalha descrita na história, a batalha de Megiddo, contra uma coligação chefiada pelo rei de Kadesh, por volta de 1457(ou 82, ou 79, dependendo das cronologias...). Tutmosis promoveu também a construção, especialmente em Karnak, e foi com ele que o Egipto alcançou a maior expansão, já que com as vitórias na Síria, grande parte da Ásia Menor ficou sob o domínio egípcio. Reinou ca. 50 anos, um longo reinado! Sucedeu-lhe o filho Amenhotep II em 1427, um atleta, que lutou menos que o pai, e construiu mais diversificado, continuando a reforçar o Estado até 1398. O seguinte, Tutmosis IV, reinou durante 10 breves anos mas fez história, ao construir em Karnak o maior obelisco egípcio, roubado para Roma durante o Império e colocado no Vaticano, Na Piazza San Giovanni, one está hoje. Ladroagem.... A este sucedeu Amenhotep III, o ponto alto da XVIII dinastia, que reinou de 1386-1349, com o Egípto a prosperar como nunca e nos píncaros do poder artístico e de influencia regional. O respeito por este faraó era grande. Deixou muita construção em Karnak, sendo a principal o Templo de Luxor e os colossos de Memnon. O sucessor foi talvez o mais conhecido faraó do Egipto, chamado Akhenaton (Amenophis IV até mudar de nome), o Herético.
Akhenaton reinou 17, e fez estragos consideráveis no estabishment. Casado com Nefertiti, com quem parecia partilhar o poder de igual para igual, tornou-se apologista do monoteísmo na adoração de Rá, ou Aton. Mudou a capital de Tebas para um local novo, chamado Akhetaton (actualmente nomeada el-Amarna, nome também dado a este periodo). As artes ilustrativas da sociedade e do reino mudaram, assim com as esculturas, que passaram a ser naturalistas e realistas. Não há confirmação de que terá obrigado o povo a seguir o monoteísmo, mas o impulso na sociedade foi tão grande que perdurou durante uma década após a sua morte, 1336 BC, com 17 anos de reinado. No periodo seguinte existe alguma incerteza. Terá reinado Smenkhare, por menos de um ano, e depois uma mulher, Neferneferuaten, mas em ambos os casos não existem múmias "oficiais", embora haja candidatas e especulação dos egiptólogos, com diferentes pontos de vista e discussões acaloradas. Este caos resulta do periodo herético de el-Amarna ter sido invertido e apagado por faraós posteriores, nomeadamente da XIX Dinastia. O radicalismo progressivo de Akehaton ao proibir o culto dos Deuses menores, que deixaram de ser Deuses por volta do Ano 9 do seu reinado, e o rebaixamento dos sacerdotes, deixou amargos de boca a muitos. Akhenaton proibiu até imagens e destruiu algumas, para que a religião se focasse no disco solar, Aton. Vejo algum paralelismo com os luteranos que reagiram da mesma maneira durante a reforma, banindo as imagens de santos das suas igrejas, para que os crentes se concentrassem no Salvador. Freud no seu livro Moises e o Monoteísmo, crê ser Moises um crente de Aton que terá fugido do Egipto após a morte do faraó. Esta hipótese é reforçada pela existencia das primeias refencias ao judeísmo ca. 200 anos depois, e pela descoberta de pottery com marcas do astro-rei na Judeia, que indicaria o local de poiso dos primeiros monoteístas.
O filho de Akhenaton, Tutankhamon (Tutankhaton à nascença), reinou como criança no Egipto durante 9 anos. Não se notabilizou em vida, mas sim em morte, pelo facto da sua múmia e tesouro intactos terem sido descobertos por Howard Carter em 1922. Três anos após o inicio do reinado, o faraó (ou os conselheiros por ele, já que o General Horemheb, o Vizir e o Overseer do tesouro tinham grande influencia nele) decretou o retorno ao culto de Amon, previlégios restaurados aos sacerdotes, e a mudança da capital de novo para Tebas, abandonando Akhetaton.
Com a morte de Tutankhamon em 1323, o vizir Ay casou com a viuva e tornou-se faraó até 1319. Horemheb, comandante do exercito, tornou-se então faraó e reinou até 1292, apagando sucessivamente os efeitos do monoteísmo e do reinado de Ay. Já não era de sangue real, e termina com ele a XVIII Dinastia.

Monday, February 7, 2011

Egipto: Segundo Periodo Intermédio (1649-1550)

Enquanto a XIII Dinastia perdia o controle do Egipto, parte dele autonomizava-se. No Delta, Xois, uma cidade proclamou independencia e estableceu a XIV Dinastia, que reinou cerca de 100 anos no Baixo Egipto. Paralelamente, os Hicsos, de que já se falou brevemente, um povo asiático, estableceram-se no Egipto e governaram parte do Baixo e Médio Egiptos. Nunca chegaram ao Alto Egipto, que continuou em posse dos governantes de Tebas, que se autonomizaram também dos fracos da XIII Dinastia, e que constituiram a XVI e XVII Dinastias.

Assim a XV Dinastia refere-se a faraós Hicsos,, semitas, com nomes Sakir-Har, Khyan, Apophis e Khamudi, o ultimo destes. Reinaram a partir da sua capital, Avaris, no Norte. Os Hicsos foram sempre considerados invasores, estrangeiros, embora possa não ter havido uma invasão militar, mas uma imigração continuada ao longo da XIII Dinastia, que aproveitou o vazio de poder e a fragmentação no reino para impor o seu próprio. Seja como for, os faraós de Tebas depois de os tolerarem muitos anos, acabaram por expulsá-los do Egipto. Os obreiros foram Kamose, o ultimo faraó da XVII Dinastia de Tebas, e Ahmose, o irmão e primeiro faraó da XVIII Dinastia.

Reza a história que a questiuncla começou com o pai de Kamos, que caçava hipopótamos. Isso irritava o faraó Hicso que venerava Seth, o semideus da guerra que é metade hipopótamo. Escaramuça aqui e ali, e Avaris e Tebas acabaram em guerra aberta, que Kamose acabou por ganhar, nos seus 3 curtos anos de reinado, com uma campanha no Norte que conquistou Avaris e expulsou os Hicsos para lá do Sinai.

No futuro, os Hicsos ficaram para sempre conotados como os "estrangeiros, asiáticos".

Wednesday, February 2, 2011

Egipto: Médio Império (2055-1650)

A história do Egipto neste periodo atravessou três dinastias, XI, XII e XIII. A dinastia XI reinou de Tebas, como se referiu no post anterior, Mentuhotep II reunificou o Egipto, num reinado longo, de 51 anos

Durante este periodo, houve grandes expedições comerciais à Síria, Líbano, O culto de Osíris predominou.

O filho, Mentuhotep III, reinou 13 anos, e o seu sucessor está envolto em mistério. 7 anos de hiato, supostamente ocupados por Mentuhotep IV, mas existem referencias de uma expedição ao Mar Vermelho por um vizir, que terá usurpado o poder, e provocando ou não uma guerra civil, deu início à XII Dinastia.

O vizir tornou-se faraó como Amenemhet I, e quer ele quer o filho Sesostris I (Senusret) consolidaram as fronteiras e fizeram contactos no Líbano. Mudou a capital para Amenemhet Itj Tawy (local desconhecido), e controlou os nomarcas (governadores) das províncias. O Egipto Médio era bem mais feudal que o Antigo Império.

Os sucessores Amenemhet II e Sesostris II mantiveram um Egipto pacificado, mas o seguinte, Sesostris III, foi um guerreiro. Fez campanhas na Núbia e colocou as fronteiras formalmente com fortes a dividir o Egipto da Núbia. Modernizou a Administração central e diminuiu o poder dos governadores, sem os afrontar. Considerado Deus, é referido no Egipto como um heroi.

O filho, Amenemhet IV, continua nos trilhos do pai, empreende grandes projectos mineiros e recruta trabalhadores asiáticos para os monumentos.

Infelizmente, o pico do Middle Kingdom passou, e Amenemhet IV, o faraó seguinte, reinou pouco e passou o ceptro à filha, Sobekneferu, a primeira faraó rainha do egipto.

A dinastia termina aqui, já que a rainha não teve sucessor. O controlo passou para um Oversser, e a dinastia XIII não é mais que uma sucessão de cerca de 14 faraós, alguns sem relação familiar, que estiveram no poder alguns anos, cerca de 15.

Sobekhotep III foi o primeiro de uma série de faraós para os quais existem documentos históricos, além das inscrições em túmulos e quejandas. A existencia de selos reais e documentos indica que o Egipto terá estado estável durante este periodo.

Neferhotep I, e o irmão, seu sucessor, Sobekhotep IV foram os faraó mais importantes da Dinastia.

Os seis ultimos faraós reinaram de novo menos tempo, e o Egipto perdeu integridade de território, quer a sul, como os Núbios quer a Norte, com uma larga imigração de asiáticos, e a geração de uma XIV Dinastia que não controlou todo o território, mas partes do Baixo Egipto, conduzindo assim ao Segundo Periodo Intermédio.