Monday, January 31, 2011

Egipto: Primeiro Periodo Intermédio (2181-2055)

Com pouco mais de 100 anos, este periodo incluiu 5 dinastias que governaram o Egipto a partir de diferentes locais. A VII e VIII Dinastia governaram de Memphis, num Egipto enfraquecido no seu poder central. Sabe-se pouco delas, porque deixaram poucos monumentos. As IX e X Dinastia governaram de Herakleopolis Magna. Pouco ou nada se sabe desse governo.

O que se sabe é que esses faraós entraram em conflito com uma cidade do Alto Egipto chamada Tebas, porque os seus lídereres se proclararam faraós e tornando-se independentes dos governantes de Herakleopolis, quiseram estender o controlo a todo o Egipto, e conseguiram. Mentuhotep I foi o primeiro principe de Tebas a tornar-se faraó e a dar inicio à XI Dinastia. Seguiram-se Intef I,II,III e Mentuhotep II, que venceu os Herakleopolitas e reunificou todo o Egipto, terminando com ele o periodo intermédio e dando início ao Império Médio ou Middle Kingdom.

Thursday, January 27, 2011

A Babilónia de Hammurabi (1830-1531)

Sumu-abum terá criado Babilónia (As portas de Deus, God's Gates) por volta de 1830, e foi o seu primeiro rei. Dos primeiros cinco reis da dinastia babilónia sabe-se pouco ou nada, apenas que reinaram sobre pouco terreno além da própria cidade.

Apenas com Hammurabi (1720-1686 AC) o destino da cidade mudou, e entrou na História.
A primeira parte do reinado foi pacífica. Mas os Elamitas (Leste, Susa) provocaram-no, e na conquista que se seguiu, Hammurabi conquistou Nippur, Ur, Uruk, Larsa, Lagash, Eshnunna, Assiria (ver império assírio noutro postt) e criou um império na Mesopotamia só comparado até aí ao da III dinastia de Ur. O rei ficou conhecido pelo seu código de Hammurabi, um conjunto de leis escritas em mosaicos, sobre comportamentos e castigos, segundo a lógica do olho-por-olho, dente-por-dente, mas presumindo a inocencia, e obrigando à prova da acusação. Fabulosamente avançado, para leis com quase 4000 anos !

Falando de religião, Ishtar era a Deusa da fertilidade babilónia (e assíria). A equivalente Suméria é Inanna. Mas os Babilónios elevaram o deus patrono da cidade Marduk a líder dos Deuses Babilónios.
Com a sua morte, o filho Samsu-Ilna reinou, mas teve dificuldades com muitas revoltas, e abandonou parte do território, principalmente Sumério. Assur, Elam (e os Gutios) não tinham sido destruídos e continuaram a ser uma fonte de desacatos. Como foi referido noutro posto, Rim-sin (II) em Larsa encabeçou uma revolta, que alastrou a várias cidades, e obrigou Samsu-Ilna a atacar Ur,Uruk,Isin e finalmente Larsa, aprisionando o revoltoso proclamado rei Rim-Sin.

Iluma-ilu, outro revoltoso em Isin teve mais sucesso. Conseguiu à segunda, derrotar Samsu-Ilna, e com isso, establecer a chamada II dinastia de Babilónia (Sealand) que não governou a cidade Babilónio, mas os territórios Sumérios adjacentes, incluindo Nippur, que saltou fora da esfera de influencia Babilónica depois de Samsu-Ilna morrer. Este teve ainda que lutar contra os Elamitas e os Assírios, e teve o primeiro combate contra os Kassitas.

Samsu-Ilna foi preponderante para aguentar o Império do pai. Morreu em 1648. Sucedeu-lhe Abieshu, Ammi-ditana, Ammisaduqa e Samsu-Ditana. Este ultimo foi mesmo o ultimo da dinastia de Hammurabi, e assistiu ao saque de Babilónia pelos Hititas por volta de 1531.

A dinastia II de Babilónia (chamada Sealand) durou até ca. 1460 mas nunca governou Babilónia, ou assim se pensava, até que os estudos mais modernos apontam para que depois do saque, Babilónia chegou a ser governada brevemente por estes reis (de um total de doze).

Babilónia, depois de saqueada pelos Hititas, foi governada pelos Kassitas durante ca. 400 anos.

Monday, January 24, 2011

A Renascença Suméria, domínio amorrita e declínio (2047-1764)

O renascimento sumério deu-se entre 2047 e 1940 AC, com a dinastia III de Ur. Reinaram Utu-hengal, Ur-Nammu, Shulgi, Amar-Sin, Shu-Sin e Ibbi-Sin. Ur-Nammu foi responsável por um código de leis comparável ao do mais tarde famoso Hamurabi, e a um código centenas de anos mais antigo, proveniente de Lagash. Durante este tempo, os semitas do Irão, chamados Elamitas e depois os Amoritas, da Síria, foram pressionando mais e mais as cidades Sumérias, culminando com o saque de Ur em 1940, aprisionando o rei Ibbi-Sin e efectivamente terminando a dinastia e domínio sumério de Ur. Da Suméria restou a língua, usada em liturgias (como o latim no periodo pos-romano).
Mas não só. Credita-se aos sumérios a descoberta da roda, da construção do carro de guerra, do sistema decimal e sexagesimal, dos primeiros sistemas de leis e administração pública, da escrita, da astronomia, reconhecendo os 5 planetas a olho nú, da matemática e geometria (cálculo de áreas e volumes).

Com o saque de Ur, Ishbi-Erra, oficial de Ibbi-Sin, deslocou a capital para Isin, e conseguiu brevemente recapturar Ur, Uruk e Lagash. Teve 14 sucessores (!), os ultimos referidos na Sumerian King List. Isin perdeu importancia quando um desses sucessores (Lipit-Eshtar?) nomeou governador de Lagash um tal de Gungunum. Lagash declarou-se independente e conquistou Ur. Arrebatou o comércio a Isin e fez da capital Larsa, continuando uma dinastia independente, com base amorrita, que se tinha iniciado com Naplanum, contemporaneo de Ibbi-Suen em 1961 AC, durante a grande seca e fome que assolou a Mesopotamia.

Os 17 reis de Larsa não figuram na Sumerian King List, mas numa específica Larsa Kings List. Chegaram a conquistar 15 outras cidades, dominaram o comércio nos canais e no golfo, e duraram até à conquista por Babilónia, e até depois, até 1674. Com isso, bloquearam o comércio das cidades mais a norte, e as antigas cidades Sumérias declinaram.

De 1961 a 1764 , Larsa foi dominando mais e mais. Mas tornou-se tão importante que outros reis tentaram destruí-la. Assim, o rei Rim-Sin I foi atacado pelos reis de Isin, Uruk, e o líder da crescente Babilónia (ver next post). Rim-Sin ainda os derrotou, invadindo Isin, e terminando a sua dinastia. Só que pouco depois em 1764 o rei de Babilónia, Hammurabi conquistou Larsa e levou Rim-Sin prisioneiro.
A partir daí os reis de Babilónia tornaram-se os titulares de Larsa, que teve mais tarde ainda um tal de Rim-Sin II em 1699, que se terá revoltado contra Babilónia, mas foi morto.


Faltou referir Nippur, cidade sagrada da Suméria. Apesar de nunca ter sido politicamente independente, o controlo de Nippur era essencial para garantir uma efectiva dinastia, já que continha o shrine do Sumerian god Enlil, Lord Wind.

Thursday, January 20, 2011

Acadia : o despontar da Mesopotamia (2270-2083)

Na Mesopotamia distingue-se a Suméria da Acádia, como sendo a primeira a mescla de cidades estado ou domínios, como os de Lagash, que não duravam mais do que a vida de um rei, e a segunda, com o domínio da dinastia acadiana de Sargão. Na verdade eram povos com línguas diferentes, mas que se fundiram, de tal maneira que 1000 anos depois já não existia a língua suméria. Os acadianos eram semitas, por oposição aos sumérios. Como curiosidade, a cidade de Akkad, capital, nunca foi descoberta.

Akkad, a cidade berço deste império, floresceu nos secs. XXIV a XXII AC. Curiosamente, não se sabe onde ela fica. É primeiramente referida no livro dos Genesis (o 1ºlivro da biblia dos hebreus e do antigo testamento cristão). Akkad possuia lingua própria, que se espalhou pela Mesopotamia durante o periodo do império de Sargão, o grande líder, e substituiu a lingua suméria, fundindo-se. Sargão conquistou a Suméria pela força, atacando e destruindo Uruk, e depois defrontando um exercito de coligação de várias cidades sumérias, ca. 2271(?) AC, na batalha de Uruk. Reinou 53 anos e deixou história.

Teremos de estudar melhor o seu legado.

O sucessor Rimush seu filho reinou apenas 9 anos e enfrentou revoltas. Seguiu-se o irmão, Manishtushu que reinou de 2276 a 2261 AC.

O neto de Sargão, Naram-Sin, foi quem reinou a seguir, sendo o primeiro a considerar-se divindade (Sin=Deus). Lutou contra Uruk, reinou 56 anos, conquistou muita terra, construiu templos.

Com o seu filho Shar-kali-sharri, Começaram as batalhas contra os Gutios, que eram povos das montanhas que desciam para guerrar nas planícies. Eram desorganizados mas aguerridos. Dudu reinou ainda, e depois Shu-turul.

Mas finalmente, os Gutios tomaram conta de Akkad, que destruiram em 2115 AC( depois de terem vencido o rei de Uruk em 2150), e passaram eles a governar o que restava do Império. 100 anos, foi o que durou este primeiro império acadiano. Os Gutios mantiveram-se até 2050.

Outras cidades como Lagash, e de novo Uruk, emanciparam-se dos gutios, e tornaram-se de novo independentes.

Os Gutios, broncos, tomaram conta da Suméria, e a sua desorganização trouxe fome e convulsões até 2050. É de referir que este periodo coincide com o fim do Antigo Império no Egipto, e os problemas climáticos com a ausencia de chuva, poucas colheitas e fome associada foi partilhado pelo Egipto e pelo Médio Oriente.

Por volta de 2050, Uruk and Ur, uniram-se para terminar com o domínio Gútio, e o rei de Uruk, Utu-hengal, venceu-os e tornou-se rei da Suméria (de origem suméria, e não acadiana ou gútia). Não durou muito, e 7 anos depois, o governador de Ur, Ur-Namma, tornou-se ele rei da Suméria, dando origem ao periodo (2047-1940 AC) chamado Renascença Suméria, Império Neo-Sumério, ou Império Ur III.