Tuesday, December 7, 2010

Sumeria : O berço ( ~3000- 2270)

Na Suméria, ou Iraque, começou a civilização. Em 5000 AC já existia agricultura, e um sistema arcaico de proto-escrita, que se desenvolveu. Ao contrário do Egipto, onde um faraó se ergueu e reinou em todo o reino, ou pelo menos tentou, na Suméria, as cidades-Estado cresceram independentes. Houve várias importantes, como Ur, Kish e Uruk, foi talvez a mais importante, (de onde saíu a palavra urbe/urbano), e floresceu no periodo de Uruk (4000 a 3100 AC).

A lista de reis e informação datada provém da chamada Sumerian King List, um documento antigo que foi sendo actualizado ao longo de séculos.

Ao periodo de 2900-2300, chama-se Perido Dinástico Antigo.

Mesh-ki-ang-gasher terá sido o primeiro rei em Uruk desta I dinastia. Dele se sabe pouco mais que a informação na lista, e que terá sido o criador da escrita.

Sucedeu-lhe Enmerkar, que terá fundado Uruk e é referido em lendas Sumérias.
Depois veio Lugalbanda, também ele referido em lendas.
O seguinte foi Dumuzid, que terá capturado um rei de Kish.
E chegamos onde queriamos chegar, ou seja, Gilgamesh. Gilgamesh foi idolatrado muma lenda, a Épica de Gilgamesh, onde figura como semi-deus com força sobre-humana. É a lenda mais importante da antiga Mesopotamia, escrita em diversos textos, escritas e formas.

A lista de reis é enorme e cobre diversas cidades, Kish, Uruk, Ur, Awan, Akshak, etc. Uma vez que não existiu império nesta fase, mas apenas cidades-Estado, vamos abreviar esta descrição até à altura em que existiu união, ou seja, O império Acadiano. Externa a esta lista, existiu uma cidade importante, Lagash, nas margens do golfo, que guerrou outras como Kish, mas cuja lista de reis não faz parte da lista "oficia", embora tenha sido encontrado um suplemento. Lagash subsistiu independente até ao império Acadiano, e continuou depois dele.

Saturday, December 4, 2010

Egipto: O Antigo Império III (Declínio)

Userkaf, o primeiro faraó da V Dinastia, começou, em complemento às piramides funerárias, a construir templos dedicados ao Sol.

O complexo de piramides estableceu-se em Abusir, e os vários faraós desta dinastia construiram lá.

Com esta dinastia intensificou-se também a procura por pedra de construção, metais, pedras preciosas para joalharia, e madeira para mobiliário e adornos.

O segundo faraó, Sahure, construiu embarcações que sulcaram o Mediterraneo, quiçá para a Ásia Menor, à procura de materiais para troca.

Seguiu-se Neferirkare, do qual se sabe bastante sobre a sua bondade, graças a grande quantidade de escrita sobre ele que nos chegou, por pessoas que participaram na corte e do quotidiano real.

Depois, há alguma confusão com o que se segiu. Parece ter reinado um Shepseskare por pouco tempo, e Neferefre, de linhagem diferente, e também por pouco tempo.

Ao contrário, Nyuserre Ini, o faraó seguinte, reinou 24 anos, de 2445 a 2421 AC. Sabe-se que terá feito campanhas na Libia e na Ásia, mas nada mais.

A seguir, Menkauhor Kaiu, foi o ultimo faraó a construir um templo ao Sol. Começam a aparecer pedras referenciando os faraós na zona do Sinai, indicando uma penetração egípcia na Ásia.

Acontece o mesmo com Djedkare Isesi, que reinou seguidamente mais de 30 anos, e dos quais há muita informação também de tumbas de pessoa que viveram na sua época e que falam da vida no Egipto por essa altura. Como os predecessores, construiu complexos funerários com piramide, mas neste caso, não em Abusir, mas em Saqqara.
O seu vizir foi Ptahhotep, responsável por um dos mais antigos escritos sobre comportamento moral para jovens, e é referenciado por muitos como o primeiro filósofo. O escrito está no Louvre.

O ultimo faraó desta dinastia foi Unas, que reinou 30 anos e iniciou o sistema de escrita dentro das piramides com textos destinados ao faraó, para que pudesse lutar contra o mal quando reencarnasse. Estes primeiros textos, traduzidos, fizeram de Unas um dos faraós mais evocados contemporaneamente em óperas, filmes e músicas.

Unas deixou uma filha, que terá casado com Teti, que se tornou faraó inciando a VI Dinastia. Esta dinastia é caracterizada pelo facto de vários membros na corte, da nobreza egípcia, e incluindo o seu vizir, começarem também eles a construir monumentos funerários tais que rivalizavam com o faraó, e que começaram a corroer o seu poder absoluto, contribuindo para a queda do Antigo Império. O facto de existirem muitos mais monumentos nesta época, e porque os escritos interiores se tornaram comuns, dá-nos muito mais informação desta dinastia.

Teti foi assassinado por um guarda costas, poucos anos reinou. Userkare sucedeu-lhe, provavelmente um usurpador que participou na revolta. O filho de Teti, Pepi I, recuperou o trono e reinou 49 anos (!). A recuperação foi feita com ajuda dos nobres, que assim se tornaram mais poderosos. Houve conquistas de território para a Libia e Somália.

Merenre Nemtyemsaf I sucedeu-lhe, sem grande história, mas o sucessor, Pepi II, terá reinado 94, o reinado mais longo da história, contestado por estudiosos, que apontam para 64 anos.

Com Pepi II, o Antigo Império declinou acentuadamente, com os nobres a tornarem-se senhores feudais que se guerreavam entre si para conquistar terreno e favores.
Existem dados de relações com Byblos e de pacificação com a Líbia.
O seu filho Merenre Nemtyemsaf II, quando ascendeu ao trono era já velho e apenas reinou um ano.

Supostamente, Nitiqret terá sido a primeira mulher faraó, e ultima da VI Dinastia, enterrando formalmente o Antigo Império por volta de 2181 AC.
Coincidencia ? :) . O género feminino é no entanto é contestado por estudos recentes, que apontam para erros na recuperação de alguns escritos. Seja como for, Nitiqret ou Nitocris (referenciada por Heródoto) é referencia usada por romances, filmes e músicas da nossa época.

Na verdade, as causas da queda do Império foram a excessiva construção, que requisitou demasiados recursos, as guerras civis entre a nobreza egípcia, ajudadas por um poder faraónico que foi enfraquecendo, e finalmente, um periodo de seca extremamente longo de dezenas de anos que diminuiu o caudal do Nilo e naturalmente as zonas de inundação, conduzindo a menos produção agrícola e consequente fome.

Thursday, December 2, 2010

Egipto: O Antigo Império II (Piramides)

A IV Dinastia foi das mais produtivas e marcantes da história do Egipto.

Sneferu foi um construtor de piramides, executou três. Meidum, colapsou parcialmente, e o colapso terá ocorrido durante a construção.
A segunda, A piramide dobrada, foi construída para ser o seu tumulo e com outra mais pequena para a consorte. Nota-se pelo facto de apresentar dois angulos de ataque, mais inclinado até meio.
A terceira, a piramide vermelha, é a maior piramide além das 3 de Ghizah.

Curiosamente, o túmulo de Sneferu nunca foram encontrados, e nunca se encontrou entradas na piramide vermelha, adensando o mistério

Sabe Deus o que motivava estes tipos a construirem tumulos de tamanhos tão colossais. É um facto que até esta altura os faraós eram adorados como símbolo da vida. Mais tarde, a idolatração passou para os Deuses própriamente ditos, Rah, etc, e como tal o faraó deixou de ser exclusivo adoração, e isso contribuiu para que não se construissem mais e maiores piramides, mas em vez disso, templos aos Deuses.

O tumulo de Hetepheres, a consorte de Sneferu, foi encontrado intacto (mas sem o corpo!) com muita mobília e as primeiras canopic jars, ou seja, foi a primeira vez que se viu guardarem as vísceras para a vida depois da morte.

Quem sai aos seus não degenera, e Sneferu foi o pai de Khufu, ou Qheops, que reinou de 2589 a 2566 AC e foi o construtor da maior piramide de todos os tempos, uma das 7 maravilhas do mundo.

Ao contrário de seu pai, que é descrito como um rei bondoso, Qheops é lembrado como um déspota. É conhecido motivo de chacota que a única imagem conhecida do faraó que construiu a maior piramide de sempre seja uma estátua mínima. Reinou 23 anos, tempo suficente para construir o enorme mausoleu.

Sucedeu-lhe o filho Djedefre , com o titulo de Filho de Rá, indicando uma crescente adoração pelo culto deste Deus.
Terá construído a primeira esfinge, e um complexo de piramides, que ruíram.

Khafra ou Kefren, reinou a seguir, de 2558 a 2532AC, e construiu a segunda maior piramide de Gizah, e segundo parte dos especialistas, também a grande esfínge.

O sucessor foi Menkaura, ou em grego, Mikerinos, reinando de 2490 a 2472 AC, e construindo a terceira e mais pequena piramide de Gizah.

o filho, Shepseskaf, reinou pouco tempoo, de 2503 2498 AC terá concluído a piramide do pai. A sua própria tumba foi uma mastaba em Saqqara, quiçá por falta de tempo, e com ele acabou a época da construção das grandes piramides, encerrando assim a IV Dinastia.