Saturday, December 4, 2010

Egipto: O Antigo Império III (Declínio)

Userkaf, o primeiro faraó da V Dinastia, começou, em complemento às piramides funerárias, a construir templos dedicados ao Sol.

O complexo de piramides estableceu-se em Abusir, e os vários faraós desta dinastia construiram lá.

Com esta dinastia intensificou-se também a procura por pedra de construção, metais, pedras preciosas para joalharia, e madeira para mobiliário e adornos.

O segundo faraó, Sahure, construiu embarcações que sulcaram o Mediterraneo, quiçá para a Ásia Menor, à procura de materiais para troca.

Seguiu-se Neferirkare, do qual se sabe bastante sobre a sua bondade, graças a grande quantidade de escrita sobre ele que nos chegou, por pessoas que participaram na corte e do quotidiano real.

Depois, há alguma confusão com o que se segiu. Parece ter reinado um Shepseskare por pouco tempo, e Neferefre, de linhagem diferente, e também por pouco tempo.

Ao contrário, Nyuserre Ini, o faraó seguinte, reinou 24 anos, de 2445 a 2421 AC. Sabe-se que terá feito campanhas na Libia e na Ásia, mas nada mais.

A seguir, Menkauhor Kaiu, foi o ultimo faraó a construir um templo ao Sol. Começam a aparecer pedras referenciando os faraós na zona do Sinai, indicando uma penetração egípcia na Ásia.

Acontece o mesmo com Djedkare Isesi, que reinou seguidamente mais de 30 anos, e dos quais há muita informação também de tumbas de pessoa que viveram na sua época e que falam da vida no Egipto por essa altura. Como os predecessores, construiu complexos funerários com piramide, mas neste caso, não em Abusir, mas em Saqqara.
O seu vizir foi Ptahhotep, responsável por um dos mais antigos escritos sobre comportamento moral para jovens, e é referenciado por muitos como o primeiro filósofo. O escrito está no Louvre.

O ultimo faraó desta dinastia foi Unas, que reinou 30 anos e iniciou o sistema de escrita dentro das piramides com textos destinados ao faraó, para que pudesse lutar contra o mal quando reencarnasse. Estes primeiros textos, traduzidos, fizeram de Unas um dos faraós mais evocados contemporaneamente em óperas, filmes e músicas.

Unas deixou uma filha, que terá casado com Teti, que se tornou faraó inciando a VI Dinastia. Esta dinastia é caracterizada pelo facto de vários membros na corte, da nobreza egípcia, e incluindo o seu vizir, começarem também eles a construir monumentos funerários tais que rivalizavam com o faraó, e que começaram a corroer o seu poder absoluto, contribuindo para a queda do Antigo Império. O facto de existirem muitos mais monumentos nesta época, e porque os escritos interiores se tornaram comuns, dá-nos muito mais informação desta dinastia.

Teti foi assassinado por um guarda costas, poucos anos reinou. Userkare sucedeu-lhe, provavelmente um usurpador que participou na revolta. O filho de Teti, Pepi I, recuperou o trono e reinou 49 anos (!). A recuperação foi feita com ajuda dos nobres, que assim se tornaram mais poderosos. Houve conquistas de território para a Libia e Somália.

Merenre Nemtyemsaf I sucedeu-lhe, sem grande história, mas o sucessor, Pepi II, terá reinado 94, o reinado mais longo da história, contestado por estudiosos, que apontam para 64 anos.

Com Pepi II, o Antigo Império declinou acentuadamente, com os nobres a tornarem-se senhores feudais que se guerreavam entre si para conquistar terreno e favores.
Existem dados de relações com Byblos e de pacificação com a Líbia.
O seu filho Merenre Nemtyemsaf II, quando ascendeu ao trono era já velho e apenas reinou um ano.

Supostamente, Nitiqret terá sido a primeira mulher faraó, e ultima da VI Dinastia, enterrando formalmente o Antigo Império por volta de 2181 AC.
Coincidencia ? :) . O género feminino é no entanto é contestado por estudos recentes, que apontam para erros na recuperação de alguns escritos. Seja como for, Nitiqret ou Nitocris (referenciada por Heródoto) é referencia usada por romances, filmes e músicas da nossa época.

Na verdade, as causas da queda do Império foram a excessiva construção, que requisitou demasiados recursos, as guerras civis entre a nobreza egípcia, ajudadas por um poder faraónico que foi enfraquecendo, e finalmente, um periodo de seca extremamente longo de dezenas de anos que diminuiu o caudal do Nilo e naturalmente as zonas de inundação, conduzindo a menos produção agrícola e consequente fome.

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