Saturday, July 2, 2011

Povos da Mesopotamia: Mittani Hititas e Assiria

Uma das grandes confusōes da história da Mesopotamia ė o segundo milėnio AC, isto porque o medio oriente foi palco de grandes reinos, grandes guerras e grandes conquistas por varios povos. De entre todos, Mittani, Hititas e Assirios sobressaíram porque chegaram a Babilónia e a relaçōes com o Egipto.

Começando pelos Assirios, é um povo conhecido pela sua brutalidade. Assour a capital, ficava a Noroeste de Babilónia, ie, norte do actual Iraque, existiu desde ca. 2500. Reis da cidade foram sendo vassalos dos acadianos e dos sumérios.Por volta de 2030 existia a primeira dinastia. Esta manteve Assour independente mas vassala de Babiloónia enquanto esta ultima cresceu com Hammourabi. Só que o sucessoes não conseguiram manter a coesão e a Assiria fugiu-lhes ca. 1720. Durante os 500 anos seguintes, o que é brutal, mantiveram-se uma nação estável, com dinastias sucessivas, resistindo aos hititas, cassitas e mittani. Mas em 1498 os Mittani saquearam Assour e durante 100 anos Assour tornou-se vassalo, sempre conservando monarquia. Quando os Mittani fraquejaram de novo a Assiria se tornou independente, passando a exercer influencia sobre Babilonia e a ter contactos com o Egipto por alturas de El Amarna.

Os Mittani reinaram em Washukanni, a Noroeste de Assour, perto da actual Síria e Turquia, durante ca. 200 anos, de 1500 a 1300, beneficiando do vácuo de poder em Babilónia. Lutaram com os Assírios pela supremacia no norte da Mesopotâmia e tiveram relações com o Egipto (Akhenaton casou com uma princesa Mittani). Shaushtatar foi o rei mais proeminente, saqueou Assour e levou as portas da cidade para a sua capital. As relações com o Egipto duraram até à altura de El Amarna, mas depois, Mittani foi enfraquecendo, mesmo mantendo a monarquia e o reino acabou como provincia assíria, sem antes ter sido espartilhado entre Hititas e Assírios, motivo para a batalha de Nihriya, ca. 1230 BC, ganha pelos Assírios.

Os Hititas...reuniram-se na Anatólia, Turquia central actual, e lá constituiram um império que chegou a Babilónia (o famoso saque ca 1595), durante o seu Antigo Império (1750-1500). No seu Médio Império aguentaram o embate de outros povos, até ca. 1430, e depois no novo Império, lutaram com os Mittani e os Assírios (e os Egípcios) para a sua manutenção, que culminou com a destrução dos Mittani (batalha de Nihriya) , e depois deles mesmo, ao se meterem com Ramses II na batalha de Qadesh (a ver mais à frente) em 1274 BC. Após isto, foram-se fragmentando em Estados satélites ao império Assírio, e terminaram como poder.

Sunday, February 13, 2011

Egipto: Novo Império, XVIII Dinastia (1550-1292)

De volta à escrita ! A XVIII Dinastia é talvez a mais conhecida do mundo contemporâneo, fruto do conhecimento dos faraós Akhenaton e Tutankhamon. A Dinasia reinou em Tebas e tem os seus faraós sepultados no KV (Kings Valley). Começou com Ahmose após a morte do seu irmão. Ahmose acabou de expulsar os Hicsos, restableceu a ordem, o comércio, a extração de minério e recomeçou projectos de construção. Morreu em 1525 e deixou o Egipto reunificado. Sucedeu-lhe Amenhotep I (Amon está satisfeito), que continuou projectos como o do templo de Karkak e foi o primeiro faraó a construir um templo mortuário independente da tumba. Em 1503, Tutmosis I seguiu-se-lhe. Expandiu as fronteiras para o Levante e para a Núbia, onde efectuou expedições e controlou rebeliões. Continuou a construção em Karnak, e também em Abydos, Edfu, Memhpis, etc. Morreu em 1493. O filho Tutmosis II reinou a seguir por pouco tempo, e deixou o reino à mulher, Hatsheput, que se tornou raínha ca. 1479 até 1458, e se tornou uma das mais famosas raínhas do Egipto. A rainha promoveu expedições de descoberta ao Ponto, acções militares, enorme reestruturação do Estado, fortalecimento da economia e do Estado, e um heroico esforço de construção.
Foi co-regente com o seu filho adoptivo, Tutmosis III, durante 22 anos, que foi durante o seu reinado chefe do exercito, e mais tarde tentou ofuscar a madrasta e remover a sua figura das várias evidencias que a mostravam como a figura predominante da época. Tutmosis III foi de facto um grande génio militar, chamado Napoleão do Egipto, fez 23 raids militares, foi o primeiro faraó a atravessar o Eufrates. Tutmosis é especialmente importante para mim porque foi ele a travar a primeira batalha descrita na história, a batalha de Megiddo, contra uma coligação chefiada pelo rei de Kadesh, por volta de 1457(ou 82, ou 79, dependendo das cronologias...). Tutmosis promoveu também a construção, especialmente em Karnak, e foi com ele que o Egipto alcançou a maior expansão, já que com as vitórias na Síria, grande parte da Ásia Menor ficou sob o domínio egípcio. Reinou ca. 50 anos, um longo reinado! Sucedeu-lhe o filho Amenhotep II em 1427, um atleta, que lutou menos que o pai, e construiu mais diversificado, continuando a reforçar o Estado até 1398. O seguinte, Tutmosis IV, reinou durante 10 breves anos mas fez história, ao construir em Karnak o maior obelisco egípcio, roubado para Roma durante o Império e colocado no Vaticano, Na Piazza San Giovanni, one está hoje. Ladroagem.... A este sucedeu Amenhotep III, o ponto alto da XVIII dinastia, que reinou de 1386-1349, com o Egípto a prosperar como nunca e nos píncaros do poder artístico e de influencia regional. O respeito por este faraó era grande. Deixou muita construção em Karnak, sendo a principal o Templo de Luxor e os colossos de Memnon. O sucessor foi talvez o mais conhecido faraó do Egipto, chamado Akhenaton (Amenophis IV até mudar de nome), o Herético.
Akhenaton reinou 17, e fez estragos consideráveis no estabishment. Casado com Nefertiti, com quem parecia partilhar o poder de igual para igual, tornou-se apologista do monoteísmo na adoração de Rá, ou Aton. Mudou a capital de Tebas para um local novo, chamado Akhetaton (actualmente nomeada el-Amarna, nome também dado a este periodo). As artes ilustrativas da sociedade e do reino mudaram, assim com as esculturas, que passaram a ser naturalistas e realistas. Não há confirmação de que terá obrigado o povo a seguir o monoteísmo, mas o impulso na sociedade foi tão grande que perdurou durante uma década após a sua morte, 1336 BC, com 17 anos de reinado. No periodo seguinte existe alguma incerteza. Terá reinado Smenkhare, por menos de um ano, e depois uma mulher, Neferneferuaten, mas em ambos os casos não existem múmias "oficiais", embora haja candidatas e especulação dos egiptólogos, com diferentes pontos de vista e discussões acaloradas. Este caos resulta do periodo herético de el-Amarna ter sido invertido e apagado por faraós posteriores, nomeadamente da XIX Dinastia. O radicalismo progressivo de Akehaton ao proibir o culto dos Deuses menores, que deixaram de ser Deuses por volta do Ano 9 do seu reinado, e o rebaixamento dos sacerdotes, deixou amargos de boca a muitos. Akhenaton proibiu até imagens e destruiu algumas, para que a religião se focasse no disco solar, Aton. Vejo algum paralelismo com os luteranos que reagiram da mesma maneira durante a reforma, banindo as imagens de santos das suas igrejas, para que os crentes se concentrassem no Salvador. Freud no seu livro Moises e o Monoteísmo, crê ser Moises um crente de Aton que terá fugido do Egipto após a morte do faraó. Esta hipótese é reforçada pela existencia das primeias refencias ao judeísmo ca. 200 anos depois, e pela descoberta de pottery com marcas do astro-rei na Judeia, que indicaria o local de poiso dos primeiros monoteístas.
O filho de Akhenaton, Tutankhamon (Tutankhaton à nascença), reinou como criança no Egipto durante 9 anos. Não se notabilizou em vida, mas sim em morte, pelo facto da sua múmia e tesouro intactos terem sido descobertos por Howard Carter em 1922. Três anos após o inicio do reinado, o faraó (ou os conselheiros por ele, já que o General Horemheb, o Vizir e o Overseer do tesouro tinham grande influencia nele) decretou o retorno ao culto de Amon, previlégios restaurados aos sacerdotes, e a mudança da capital de novo para Tebas, abandonando Akhetaton.
Com a morte de Tutankhamon em 1323, o vizir Ay casou com a viuva e tornou-se faraó até 1319. Horemheb, comandante do exercito, tornou-se então faraó e reinou até 1292, apagando sucessivamente os efeitos do monoteísmo e do reinado de Ay. Já não era de sangue real, e termina com ele a XVIII Dinastia.

Monday, February 7, 2011

Egipto: Segundo Periodo Intermédio (1649-1550)

Enquanto a XIII Dinastia perdia o controle do Egipto, parte dele autonomizava-se. No Delta, Xois, uma cidade proclamou independencia e estableceu a XIV Dinastia, que reinou cerca de 100 anos no Baixo Egipto. Paralelamente, os Hicsos, de que já se falou brevemente, um povo asiático, estableceram-se no Egipto e governaram parte do Baixo e Médio Egiptos. Nunca chegaram ao Alto Egipto, que continuou em posse dos governantes de Tebas, que se autonomizaram também dos fracos da XIII Dinastia, e que constituiram a XVI e XVII Dinastias.

Assim a XV Dinastia refere-se a faraós Hicsos,, semitas, com nomes Sakir-Har, Khyan, Apophis e Khamudi, o ultimo destes. Reinaram a partir da sua capital, Avaris, no Norte. Os Hicsos foram sempre considerados invasores, estrangeiros, embora possa não ter havido uma invasão militar, mas uma imigração continuada ao longo da XIII Dinastia, que aproveitou o vazio de poder e a fragmentação no reino para impor o seu próprio. Seja como for, os faraós de Tebas depois de os tolerarem muitos anos, acabaram por expulsá-los do Egipto. Os obreiros foram Kamose, o ultimo faraó da XVII Dinastia de Tebas, e Ahmose, o irmão e primeiro faraó da XVIII Dinastia.

Reza a história que a questiuncla começou com o pai de Kamos, que caçava hipopótamos. Isso irritava o faraó Hicso que venerava Seth, o semideus da guerra que é metade hipopótamo. Escaramuça aqui e ali, e Avaris e Tebas acabaram em guerra aberta, que Kamose acabou por ganhar, nos seus 3 curtos anos de reinado, com uma campanha no Norte que conquistou Avaris e expulsou os Hicsos para lá do Sinai.

No futuro, os Hicsos ficaram para sempre conotados como os "estrangeiros, asiáticos".

Wednesday, February 2, 2011

Egipto: Médio Império (2055-1650)

A história do Egipto neste periodo atravessou três dinastias, XI, XII e XIII. A dinastia XI reinou de Tebas, como se referiu no post anterior, Mentuhotep II reunificou o Egipto, num reinado longo, de 51 anos

Durante este periodo, houve grandes expedições comerciais à Síria, Líbano, O culto de Osíris predominou.

O filho, Mentuhotep III, reinou 13 anos, e o seu sucessor está envolto em mistério. 7 anos de hiato, supostamente ocupados por Mentuhotep IV, mas existem referencias de uma expedição ao Mar Vermelho por um vizir, que terá usurpado o poder, e provocando ou não uma guerra civil, deu início à XII Dinastia.

O vizir tornou-se faraó como Amenemhet I, e quer ele quer o filho Sesostris I (Senusret) consolidaram as fronteiras e fizeram contactos no Líbano. Mudou a capital para Amenemhet Itj Tawy (local desconhecido), e controlou os nomarcas (governadores) das províncias. O Egipto Médio era bem mais feudal que o Antigo Império.

Os sucessores Amenemhet II e Sesostris II mantiveram um Egipto pacificado, mas o seguinte, Sesostris III, foi um guerreiro. Fez campanhas na Núbia e colocou as fronteiras formalmente com fortes a dividir o Egipto da Núbia. Modernizou a Administração central e diminuiu o poder dos governadores, sem os afrontar. Considerado Deus, é referido no Egipto como um heroi.

O filho, Amenemhet IV, continua nos trilhos do pai, empreende grandes projectos mineiros e recruta trabalhadores asiáticos para os monumentos.

Infelizmente, o pico do Middle Kingdom passou, e Amenemhet IV, o faraó seguinte, reinou pouco e passou o ceptro à filha, Sobekneferu, a primeira faraó rainha do egipto.

A dinastia termina aqui, já que a rainha não teve sucessor. O controlo passou para um Oversser, e a dinastia XIII não é mais que uma sucessão de cerca de 14 faraós, alguns sem relação familiar, que estiveram no poder alguns anos, cerca de 15.

Sobekhotep III foi o primeiro de uma série de faraós para os quais existem documentos históricos, além das inscrições em túmulos e quejandas. A existencia de selos reais e documentos indica que o Egipto terá estado estável durante este periodo.

Neferhotep I, e o irmão, seu sucessor, Sobekhotep IV foram os faraó mais importantes da Dinastia.

Os seis ultimos faraós reinaram de novo menos tempo, e o Egipto perdeu integridade de território, quer a sul, como os Núbios quer a Norte, com uma larga imigração de asiáticos, e a geração de uma XIV Dinastia que não controlou todo o território, mas partes do Baixo Egipto, conduzindo assim ao Segundo Periodo Intermédio.

Monday, January 31, 2011

Egipto: Primeiro Periodo Intermédio (2181-2055)

Com pouco mais de 100 anos, este periodo incluiu 5 dinastias que governaram o Egipto a partir de diferentes locais. A VII e VIII Dinastia governaram de Memphis, num Egipto enfraquecido no seu poder central. Sabe-se pouco delas, porque deixaram poucos monumentos. As IX e X Dinastia governaram de Herakleopolis Magna. Pouco ou nada se sabe desse governo.

O que se sabe é que esses faraós entraram em conflito com uma cidade do Alto Egipto chamada Tebas, porque os seus lídereres se proclararam faraós e tornando-se independentes dos governantes de Herakleopolis, quiseram estender o controlo a todo o Egipto, e conseguiram. Mentuhotep I foi o primeiro principe de Tebas a tornar-se faraó e a dar inicio à XI Dinastia. Seguiram-se Intef I,II,III e Mentuhotep II, que venceu os Herakleopolitas e reunificou todo o Egipto, terminando com ele o periodo intermédio e dando início ao Império Médio ou Middle Kingdom.

Thursday, January 27, 2011

A Babilónia de Hammurabi (1830-1531)

Sumu-abum terá criado Babilónia (As portas de Deus, God's Gates) por volta de 1830, e foi o seu primeiro rei. Dos primeiros cinco reis da dinastia babilónia sabe-se pouco ou nada, apenas que reinaram sobre pouco terreno além da própria cidade.

Apenas com Hammurabi (1720-1686 AC) o destino da cidade mudou, e entrou na História.
A primeira parte do reinado foi pacífica. Mas os Elamitas (Leste, Susa) provocaram-no, e na conquista que se seguiu, Hammurabi conquistou Nippur, Ur, Uruk, Larsa, Lagash, Eshnunna, Assiria (ver império assírio noutro postt) e criou um império na Mesopotamia só comparado até aí ao da III dinastia de Ur. O rei ficou conhecido pelo seu código de Hammurabi, um conjunto de leis escritas em mosaicos, sobre comportamentos e castigos, segundo a lógica do olho-por-olho, dente-por-dente, mas presumindo a inocencia, e obrigando à prova da acusação. Fabulosamente avançado, para leis com quase 4000 anos !

Falando de religião, Ishtar era a Deusa da fertilidade babilónia (e assíria). A equivalente Suméria é Inanna. Mas os Babilónios elevaram o deus patrono da cidade Marduk a líder dos Deuses Babilónios.
Com a sua morte, o filho Samsu-Ilna reinou, mas teve dificuldades com muitas revoltas, e abandonou parte do território, principalmente Sumério. Assur, Elam (e os Gutios) não tinham sido destruídos e continuaram a ser uma fonte de desacatos. Como foi referido noutro posto, Rim-sin (II) em Larsa encabeçou uma revolta, que alastrou a várias cidades, e obrigou Samsu-Ilna a atacar Ur,Uruk,Isin e finalmente Larsa, aprisionando o revoltoso proclamado rei Rim-Sin.

Iluma-ilu, outro revoltoso em Isin teve mais sucesso. Conseguiu à segunda, derrotar Samsu-Ilna, e com isso, establecer a chamada II dinastia de Babilónia (Sealand) que não governou a cidade Babilónio, mas os territórios Sumérios adjacentes, incluindo Nippur, que saltou fora da esfera de influencia Babilónica depois de Samsu-Ilna morrer. Este teve ainda que lutar contra os Elamitas e os Assírios, e teve o primeiro combate contra os Kassitas.

Samsu-Ilna foi preponderante para aguentar o Império do pai. Morreu em 1648. Sucedeu-lhe Abieshu, Ammi-ditana, Ammisaduqa e Samsu-Ditana. Este ultimo foi mesmo o ultimo da dinastia de Hammurabi, e assistiu ao saque de Babilónia pelos Hititas por volta de 1531.

A dinastia II de Babilónia (chamada Sealand) durou até ca. 1460 mas nunca governou Babilónia, ou assim se pensava, até que os estudos mais modernos apontam para que depois do saque, Babilónia chegou a ser governada brevemente por estes reis (de um total de doze).

Babilónia, depois de saqueada pelos Hititas, foi governada pelos Kassitas durante ca. 400 anos.

Monday, January 24, 2011

A Renascença Suméria, domínio amorrita e declínio (2047-1764)

O renascimento sumério deu-se entre 2047 e 1940 AC, com a dinastia III de Ur. Reinaram Utu-hengal, Ur-Nammu, Shulgi, Amar-Sin, Shu-Sin e Ibbi-Sin. Ur-Nammu foi responsável por um código de leis comparável ao do mais tarde famoso Hamurabi, e a um código centenas de anos mais antigo, proveniente de Lagash. Durante este tempo, os semitas do Irão, chamados Elamitas e depois os Amoritas, da Síria, foram pressionando mais e mais as cidades Sumérias, culminando com o saque de Ur em 1940, aprisionando o rei Ibbi-Sin e efectivamente terminando a dinastia e domínio sumério de Ur. Da Suméria restou a língua, usada em liturgias (como o latim no periodo pos-romano).
Mas não só. Credita-se aos sumérios a descoberta da roda, da construção do carro de guerra, do sistema decimal e sexagesimal, dos primeiros sistemas de leis e administração pública, da escrita, da astronomia, reconhecendo os 5 planetas a olho nú, da matemática e geometria (cálculo de áreas e volumes).

Com o saque de Ur, Ishbi-Erra, oficial de Ibbi-Sin, deslocou a capital para Isin, e conseguiu brevemente recapturar Ur, Uruk e Lagash. Teve 14 sucessores (!), os ultimos referidos na Sumerian King List. Isin perdeu importancia quando um desses sucessores (Lipit-Eshtar?) nomeou governador de Lagash um tal de Gungunum. Lagash declarou-se independente e conquistou Ur. Arrebatou o comércio a Isin e fez da capital Larsa, continuando uma dinastia independente, com base amorrita, que se tinha iniciado com Naplanum, contemporaneo de Ibbi-Suen em 1961 AC, durante a grande seca e fome que assolou a Mesopotamia.

Os 17 reis de Larsa não figuram na Sumerian King List, mas numa específica Larsa Kings List. Chegaram a conquistar 15 outras cidades, dominaram o comércio nos canais e no golfo, e duraram até à conquista por Babilónia, e até depois, até 1674. Com isso, bloquearam o comércio das cidades mais a norte, e as antigas cidades Sumérias declinaram.

De 1961 a 1764 , Larsa foi dominando mais e mais. Mas tornou-se tão importante que outros reis tentaram destruí-la. Assim, o rei Rim-Sin I foi atacado pelos reis de Isin, Uruk, e o líder da crescente Babilónia (ver next post). Rim-Sin ainda os derrotou, invadindo Isin, e terminando a sua dinastia. Só que pouco depois em 1764 o rei de Babilónia, Hammurabi conquistou Larsa e levou Rim-Sin prisioneiro.
A partir daí os reis de Babilónia tornaram-se os titulares de Larsa, que teve mais tarde ainda um tal de Rim-Sin II em 1699, que se terá revoltado contra Babilónia, mas foi morto.


Faltou referir Nippur, cidade sagrada da Suméria. Apesar de nunca ter sido politicamente independente, o controlo de Nippur era essencial para garantir uma efectiva dinastia, já que continha o shrine do Sumerian god Enlil, Lord Wind.

Thursday, January 20, 2011

Acadia : o despontar da Mesopotamia (2270-2083)

Na Mesopotamia distingue-se a Suméria da Acádia, como sendo a primeira a mescla de cidades estado ou domínios, como os de Lagash, que não duravam mais do que a vida de um rei, e a segunda, com o domínio da dinastia acadiana de Sargão. Na verdade eram povos com línguas diferentes, mas que se fundiram, de tal maneira que 1000 anos depois já não existia a língua suméria. Os acadianos eram semitas, por oposição aos sumérios. Como curiosidade, a cidade de Akkad, capital, nunca foi descoberta.

Akkad, a cidade berço deste império, floresceu nos secs. XXIV a XXII AC. Curiosamente, não se sabe onde ela fica. É primeiramente referida no livro dos Genesis (o 1ºlivro da biblia dos hebreus e do antigo testamento cristão). Akkad possuia lingua própria, que se espalhou pela Mesopotamia durante o periodo do império de Sargão, o grande líder, e substituiu a lingua suméria, fundindo-se. Sargão conquistou a Suméria pela força, atacando e destruindo Uruk, e depois defrontando um exercito de coligação de várias cidades sumérias, ca. 2271(?) AC, na batalha de Uruk. Reinou 53 anos e deixou história.

Teremos de estudar melhor o seu legado.

O sucessor Rimush seu filho reinou apenas 9 anos e enfrentou revoltas. Seguiu-se o irmão, Manishtushu que reinou de 2276 a 2261 AC.

O neto de Sargão, Naram-Sin, foi quem reinou a seguir, sendo o primeiro a considerar-se divindade (Sin=Deus). Lutou contra Uruk, reinou 56 anos, conquistou muita terra, construiu templos.

Com o seu filho Shar-kali-sharri, Começaram as batalhas contra os Gutios, que eram povos das montanhas que desciam para guerrar nas planícies. Eram desorganizados mas aguerridos. Dudu reinou ainda, e depois Shu-turul.

Mas finalmente, os Gutios tomaram conta de Akkad, que destruiram em 2115 AC( depois de terem vencido o rei de Uruk em 2150), e passaram eles a governar o que restava do Império. 100 anos, foi o que durou este primeiro império acadiano. Os Gutios mantiveram-se até 2050.

Outras cidades como Lagash, e de novo Uruk, emanciparam-se dos gutios, e tornaram-se de novo independentes.

Os Gutios, broncos, tomaram conta da Suméria, e a sua desorganização trouxe fome e convulsões até 2050. É de referir que este periodo coincide com o fim do Antigo Império no Egipto, e os problemas climáticos com a ausencia de chuva, poucas colheitas e fome associada foi partilhado pelo Egipto e pelo Médio Oriente.

Por volta de 2050, Uruk and Ur, uniram-se para terminar com o domínio Gútio, e o rei de Uruk, Utu-hengal, venceu-os e tornou-se rei da Suméria (de origem suméria, e não acadiana ou gútia). Não durou muito, e 7 anos depois, o governador de Ur, Ur-Namma, tornou-se ele rei da Suméria, dando origem ao periodo (2047-1940 AC) chamado Renascença Suméria, Império Neo-Sumério, ou Império Ur III.