Monday, November 29, 2010

Egipto: As primeiras Dinastias

O Egipto unificado teria como capital Thinis. A "capital" não seria própriamente aquilo a que hoje se chama a capital de um país, a sua cidade mais importante, pelo menos em termos políticos.
Tudo são suposições, a começar pela sua localização, que ninguém sabe onde fica. Põe-se hipóteses, sabe-se que ela existiu porque é descrita, mas encontrá-la precisamente, népia. Mais uma vez, bate certo com a incerteza generalizada, dado estarmos a falar de eventos de há 5000 anos.
Outra cidade de que se fala como sendo a possível capital, e também local de enterranço dos primeiros faraós, foi Abydos, essa sim, de localização conhecida, e que terá passado o protoganismo a Thinis.
Uma questão interessante é que Abydos (e Thinis, assumindo que ficava perto, como é consensual) fica longe do Delta, bem longe, cerca de 2 peninsulas do Sinai abaixo, embora na margem do Nilo, no chamado Alto Egipto.
É costume ( e talvez o fosse na altura, veremos adiante) chamar ao Egipto a terra das Duas Terras (Twuory), devido exactamente às diferenças, um Baixo Egipto perto do nível do mar, regado pelo Delta ou pela sua proximidade, e um Alto Egipto, mais elevado, mais seco, mais quente, e com povo de tez mais escurecida.

Embora os hieroglifos já estivessem praticamente desenvolvidos (e que estariam inalterados durante 3000 anos), restam muito poucos escritas (em tabuas, pedras) a descrever as primeiras dinastias.
Excepções: A Palette de Narmer e a Pedra de Palermo, que listava os reis e a duração dos seus reinados.

Horus-Aha terá sido o segundo faraó da Dinastia I, mas também pode ter sido ele próprio Menes, ou Namer.

É preciso referir, que alguma parte da História destes tempos foi investigada por um historiador chamado Manetho, que viveu 300 AC, e que passou muita desta informação até nós. No entanto, os seus erros terão também contribuido para que possamos estar enganados.

Djer foi o faraó seguinte, e desse sim, já começam a existir referencias mais exactas, quer em vida, quer na morte, e no local em Abydos onde foi enterrado. Terá escrito um tratado de anatomia, referido por Manethos.

Seguiu-se Djet, do qual pouco se sabe, excepto a referencia em bom estado na sua placa funerária, homenageando Horus. Terá sido casado com Merneith, que lhe terá sucedido, enquanto Den, seu filho, não lhe sucedia.



Den foi o mais bem conhecido faraó desta dinastia, e deixou história até nós. Foi o primeiro faraó a ostentar a dupla coroa de rei do Alto e Baixo Egipto, representadas por um junco e uma abelha, respectivamente (não deveria ser ao contrário ? há mais juncos no delta...), e terá lutado contra os beduínos.
Reinou mais de 30 anos, e por isso, quando o seu filho Anedjib subiu ao trono, já era velhote e terá reinado pouco tempo (polo de discussão entre egiptólogos). Também enterrado em Abydos, como os precedentes, tem a construção mais fracalhota, o que denotaria a pouca importancia, ou o tempo de crise que se viveu à época.

O seu sucessor, Semerkhet, é chamado de usurpador por Manethos, e foi apagado das listas de reis, reposto mais tarde. Está também enterrado em Abydos.

O ultimo faraó da Dinastia I foi Qa'a, que terá também tido um longo reinado, terminando em 2890 AC.

Temos portanto, que a Dinastia I foi de 3100BC-2890BC, com capital em Thinis/Abydos, existindo já hieroglifos e uma estrutura de Estado, construção de tumbas, e mais que venha.

Qa'a deixou uma filha, que terá casado com um tal de Hotepsekhemwy, dando inicio à Dinastia II.

Nesta Dinastia, os numeros que existem (de Manethos e outras fontes) indicam reinados muito longos, o que pode indicar asneira. Dele, sabe-se que terá reinado 38 anos e foi enterrado em Saqqara, na base do delta, perto de Memphis, o que parece significar uma mudança de capital de Thinis para Memphis.
Saqqara ficará conhecida por ser um local de enterranço maciço, ou mais cientificamente, necrópole, e pela sua piramide, que vai ser contruida mais tarde, e será a primeira conhecida por nós, antes das de Gizah.

O segundo faraó tornou a reinar demasiado tempo, e há muitas contradições sobre a sua identidade, se Raneb Weneg.

Os seus sucessores, Nynetjer e Senedj, estariam já em Memhpis, e deles se sabe pouco, excepto que supostamente reinaram 40 e 20 anos.

Dos dois seguintes sabe-se ainda menos, posto que podem ter sido uma só pessoa ou mais que dois, Seth-Peribsen e Sekhemib-Perenmaat. Manethos identifica-os ainda com outros nomes,

Khasekhemwy foi o seguinte e ultimo faraó da Dinastia II, e tem a primeira estátua conhecida (em tamanho grande, no museu do Cairo) de faraós. É além disso o único faraó a ter na sua marca real (serekh) os simbolos de Horus e Set, dois Deuses, e duas seitas que se degladiaram milenarmente, o que dá a entender algum processo de tentativa de pacificação.
Foi enterrado em Abydos, sendo o ultimo faraó a sê-lo.

E com ele termina a Dinastia II, em 2686 AC.

O seu filho, Djoser, tem já uma importancia muito superior para nós, já que o conhecemos com o construtor da primeira piramide (ainda em pé) de degraus em Saqqara, e como o faraó que tinha como contemporaneo e chanceler Imhotep, um génio, considerado o primeiro arquitecto/médico/engenheiro, e provavel pai das piramides. Imhotep tem um sabor adicional a mistério: A sua tumba *nunca* foi encontrada.

É importante comparar o Egipto com a Mesopotamia ou mais cientificamente, Suméria, que nesta fase está também num periodo proto-dinástico nas cidades Estado que por lá pululavam entre o Tigre e o Eufrates. Existe um manuscrito contendo uma lista de Reis Sumérios que foi sendo actualizada ao longo dos tempos, e que, tal como a pedra de Palermo e os estudos de Manethos, nos ajuda a reconstruir os primóridos da História Suméria.

[Falta referir Gilgamesh e estudar a obra épica]

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